Page 386 - Resúmen - XXV Congreso Latinoamericano de Parasitología - FLAP
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Larvas de Dioctophyme renale (Goeze, 1 782) (Nematoda: Dioctophymatidae)
em vertebrados no extremo sul do Brasil
Antunes, Gertrud; Silveira Mascarenhas, Carolina; Devantir Henzel, Ana Beatriz; Veiga
Pereira, Julia; Medeiros Chaviel, Bruna; Hinz Wolter, Juliana; Afonso Coimbra, Marco
Antônio
Universidade Federal de Pelotas
A região sul do Rio Grande do Sul (RS) demonstra ser uma importante área de ocorrência para
Dioctophyme renale, devido aos numerosos registros em cães e gatos domésticos, bem como animais
silvestres (Galictis cuja, Lontra longicaudis e Leopardus geoffroy). Dioctophyme renale tem importância
em saúde pública, uma vez que pode infectar o homem, havendo diversos registros principalmente na
Ásia. O ciclo do nematoide envolve a participação de organismos dulceaquícolas, tais como oligoquetos
(hospedeiros intermediários), peixes e anuros (hospedeiros paratênicos), os quais podem albergar a larva
de terceiro estádio infectante que é transmitida aos hospedeiros definitivos (mamíferos) através da cadeia
trófica. Nos mamíferos, o parasito atinge o rim, onde completa o ciclo através da postura de ovos, os quais
são eliminados juntamente com a urina contaminando o ambiente. A pesquisa de larvas de D. renale foi
realizada entre julho de 2010 e setembro de 2019, na região sul do RS, onde foram examinados 324 peixes
(17 espécies), 154 tartarugas dulceaquícolas (quatro espécies), 110 anuros (seis espécies) e 43 serpentes
(11 espécies). Os hospedeiros foram necropsiados e as larvas coletadas foram clarificadas em lactofenol
para identificação conforme bibliografia especifica. Larvas de terceiro estágio de D. renale foram
encontradas em tartarugas, peixes e serpentes, com prevalências de 24,7%, 7,7% e 2,4%,
respectivamente. A participação destes hospedeiros como fonte de infecção para cães e gatos domésticos
deve ser vista com cautela, uma vez que estes hospedeiros, contendo as larvas infectantes, devem ser
ingeridos pelos cães para que ocorra a infecção. E neste caso, devem ser consideradas as dificuldades
que os animais podem enfrentar na captura e predação desses vertebrados ao ponto de retroalimentar
efetivamente o ciclo. No entanto, tais registros servem de alerta, sendo estes hospedeiros considerados
sentinelas da parasitose na região.
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RESÚMENES DE CARTELES